terça-feira, 6 de maio de 2008

A trajetória da moda.





Estudos comprovam que durante e após as guerras mundiais, o mundo da moda modificou-se completamente, estilos criativos e revolucionários começaram a surgir. As mulheres passam a assumir um papel antes considerado exclusivamente masculino, a imagem de dona de casa é abandonada um pouco e conseqüentemente o armário feminino passa por uma grande reforma.

Anos 20:
Conhecida como a era do Jazz, a década de vinte foi marcada pela liberdade, prosperidade conquistada após anos de guerra, euforia, inovações em relação às tecnologias e principalmente pelo charme das mulheres modernas da época. A mulher começava a conquistar seu espaço e a querer assemelhar-se cada vez mais ao homem. O espartilho, saias compridas e rodadas, faixas, cintas e tudo que fora usado até o final do século XIX, estava agora abolido e as formas femininas não eram mais tão exploradas. A mulher queria conforto e praticidade. O corpo começava a ser mostrado. Vestidos retos e mais curtos, normalmente em seda, chapéus apenas durante o dia e no estilo “cloche”, que exigia cabelos curtos. Década da melindrosa e da maquiagem, dos novos adereços, como colares compridos e meia calça em tons bege, aparentando a nudez das pernas.

Anos 30:
Com o fim dos anos vinte e com a queda da bolsa de valores de Nova York, a moda é mais uma vez modificada. As saias agora são longas, os vestidos continuavam retos, porém justos e os cabelos começam a crescer. Espartilhos ou cintas mais flexíveis são usados para dar forma ao corpo que também volta a ser valorizado. Decotes profundos, costas nuas, sensualidade, elegância, surgimento das roupas de banho um pouco mais ousadas, com decotes até a cintura e saiotes menores, pele bronzeada e pratica de esportes caracterizam a moda de 30.

Anos 40:
Início da Segunda Guerra Mundial. Regras de racionamento impostas pelo governo fizeram com que a obtenção de tecidos ficasse complicada, fazendo com que as únicas opções das mulheres da época fossem reformar suas roupas e utilizar materiais alternativos, como a viscose. Mas, apesar de tudo, a moda sobreviveu à guerra e a mulher não perdeu a classe. O estilo militar do final da década de trinta e os cabelos longos continuavam. As saias eram mais curtas, com pregas finas ou franzidas. Os vestidos se igualavam a uma saia com casaco e as calças se tornaram mais praticas. A meia calça foi substituída por pernas nuas ou meias soquetes. Os chapéus voltaram a ser usados e agora eram mais criativos e decorados. E esse foi o estilo seguido até o fim dos anos 40.

Anos 50:
Com o fim da guerra, o glamour e a feminilidade entram em cena novamente e caracterizam a moda meio século. Saias e vestidos amplos, cintura bem marcada, saltos altos, luvas, jóias, peles, e outros acessórios extremamente luxuosos decoram a silhueta feminina. Os penteados podiam ser coques ou rabos. A franja também estava na moda, dando um ar de menina. A nova música que surgiu na década, o Rock And Roll, fez surgir um novo estilo: a moda colegial. As moças não usavam somente saías ou vestidos, também passaram a usar calças no estilo cigarrete, suéteres e jeans. Estilo este que deu início à moda dos “anos dourados”.

Anos 60:
A década da rebeldia, da busca por liberdade de expressão, do futurismo, da ousadia, do apogeu juvenil, os anos em que a única moda realmente válida era não seguir a moda. A forma de se vestir estava cada vez mais ligada ao comportamento. Saias rodadas foram trocadas pelas cigarretes e pela grande vedete dos anos 60: a minissaia. As roupas possuíam linha reta, eram coloridas e os tubinhos entram em cena com estampas psicodélicas e futuristas. As cores eram fluorescentes ou metálicas. Na maquiagem, os olhos eram o foco principal, sempre muito bem marcados e o batom era clarinho. As perucas também faziam sucesso, com suas inúmeras cores e formatos. E é com a chegada do homem à Lua, que ocorre o fechamento, com chave de ouro, dos anos 60.

Anos 70:
Foi o período de maior diversidade em relação à moda, tanto que alguns dos atuais estilistas acabam trazendo de volta algumas peças desta época. A moda feminina ganhou um ar romântico e despojado: saias longuíssimas ou curtíssimas, sempre com estampas coloridas e florais, estilo cigano, com muito brilho e abaixo da cintura, plumas nas roupas, fazendo uma retomada aos anos 30. Cabelos desalinhados e cada vez mais compridos, anáguas com encaixes de renda, bolsas de crochê ou com franjas com alças a tiracolo, sandálias de plataforma e botas de camurça. Era o estilo hippie, “faça amor, não faça a guerra”, que predominava na década de 70.

Anos 80:
Extravagância e exagero são palavras chaves que definem muito bem a “década perdida”. Enquanto passava-se por crises econômicas, a moda se sobressai tentando mostrar exatamente o contrário: roupas alegres, sofisticadas, versáteis, esportivas, divertidas e ao mesmo tempo ousadas e sensuais. Os anos 80 se inspiram na sofisticação da década de 60, porém com mais exagero. As mulheres assumem definitivamente um papel que antes era essencialmente masculino e ingressam no mercado de trabalho com cargos de chefia, adotando um visual também masculino: cintura alta e ombros marcados por ombreiras. Vestidos também são usados, valorizando bem mais o corpo feminino, com cintura marcada, fendas, tomara que caia ou saias balonês, tudo acompanhando de acessórios, de preferência bem chamativos e dourados. A maquiagem era colorida. Sombras fortes, olhos bem pintados, batons em tons vivos, como vermelho, pink ou marrom escuro. Como a moda sempre guarda sua permanência, alguns modelos usados nessa época, ainda hoje fazem sucesso, como saias balonês, por exemplo.

Anos 90 e 2000:
Época nostálgica da moda que, nos últimos anos, não foi nada além da releitura de décadas passadas. Produziam-se peças para cada tipo de consumidor, apesar de a influência de estilos anteriores estar presente. Não há novidades nessa década, apenas estilos já inventados reproduzidos com algumas pequenas modificações.

(Por Naiane Edriéve.)

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